JÁ TOMOU SUA DOSE DE EROSTISMO HOJE?
“O superego é o pai que se esqueceu que só queria ajudar.” — Cláudio Naranjo
Há milhares de anos, o poder patriarcal vem empenhando um sistema de desvios, das relações corpo e mente. Com isso o corpo se alimentou e se expressou em perversões, pedofilias, gritos, estupros e desejo sexuais que raramente conduzem a uma satisfação verdadeira pela falta da contemplação da mente em se excitar também.
Quem conhece a teoria da personalidade desenvolvida por Sigmund Freud em seus estudos sobre a psicanálise, com certeza sabe bem às três palavrinhas que ele definia como instâncias que formavam a psique humana, que é: o ego superego e o id.
Denominamos o ID como a camada do nosso inconsciente, regido pelo princípio do prazer, onde encontramos os nossos desejos, instintos, impulsos e vontades mais primitivas. Ligado profundamente a libido, desconhece totalmente qualquer conceito de moralidade.
A partir dele, desenvolvem-se outras partes que compõem a nossa personalidade. Aquele que é conhecido como mediador da nossa psique, chamamos de: EGO. Ele busca regular os nossos instintos primitivos, com o ambiente em que vivemos. É regido pelo princípio da realidade. Por causa dessa instância, que mantemos nossa sanidade, pois, controla os impulsos imediatistas do ID, ao mesmo tempo, em que tenta satisfaze-los de forma realista.
Por fim, trazemos o conselheiro e julgador das nossas vontades: O SUPEREGO. Ele que segue o princípio do dever, rege toda essa estrutura baseando-se nos valores sociais e culturais do indivíduo. Apresenta-nos a ideia do que é ou não moralmente aceito, nos reprimindo através da culpa.
“Ok Carol, mas porque disse tudo isso?”
Basicamente, por que seguindo a linha teórica Freudiana das pulsões do libido, que iremos trabalhar esse texto.
A psicanálise acredita que os distúrbios psicológicos nascem dos conflitos que existem entre essas estruturas. Desde sempre as relações interpessoais que temos, foram administradas pelo mental humano, intercalando essas estruturas a sua vontade.
Quando falamos sobre uma sexualização com dosagem alta do vivenciar erótico que é processado pela mente, temos como base a relação que vai além do sexo corpóreo, trazendo o erotismo instintivo, mas também sensorial. Lembrando que não estou me referindo a prática do sexo tântrico.
Estamos em constantes ajustamentos nas instâncias entre o ID e o SUPEREGO. Também nos adaptamos a trabalhar nossos desejos reprimidos, ao recriar associações similares do desejo real, diminuindo assim o impacto que teríamos caso o ID fizesse o que realmente deseja.
Quando suavizamos a sensação do prazer físico, nossos outros sentidos aguçam-se para o clímax. O real gozo do orgasmo, vem de toda a junção desenfreada de mini sistemas elétricos do nosso corpo, predestinados a sentir o prazer momentâneo que coube ao cérebro, direcionar as sensações em massa.
Aqui as associações pegam toda experiência de vida no campo da sensorialidade e carnalidade, familiarizando-as com as “taras” do casal. Alguns estudiosos dizem que a pornografia é o fruto amargo produzido por essa associação da sexualização do instinto. O ID em cruzamento a nossa ampla gama de repertório cultural e social de fetiches, toma posse do erótico com pensamentos e imagens de modo a compensar a frustração da repressão. O que vemos com isso, é como o sexo atual caminha ao “auto-pornô” que desenhamos em nossa cabeça.
Talvez muitas das disfunções e parafilias sexuais, tem seus primórdios nessa falha da conexão do prazer conjunto do corpo e a mente. As áreas focais relacionadas ao sexo, priorizaram sempre a reprodução e a saúde sexual como tópicos para aprendizagem e entendimento. Felizmente, o estudo do amor, das relações humanas, emoções sexuais e respostas reflexas, tem entrado na gama de pesquisas no comportamento humano.
Por que buscar ajuda nos problemas sexuais?
Muitas de nós, não conseguem simplesmente sentir atração ou prazer no ato como o outro, trazendo falta de sincronia ao casal. Todavia, é importante lembrar e entender que os seres humanos não existem em um mundo unilateral. Estamos sempre cercados de relações com outras pessoas, querem seja no trabalho ou na vida pessoal.
Cada um tem o seu fluxo sistêmico para a sua interação com o mundo ao seu redor.
Às vezes temos que fazer uma quebra e isolar as questões sexuais de fatores do relacionamento apesar de ser difícil, porque somente assim podemos entender os padrões de interação que a pessoa tem com o parceiro, ou parceiros, para buscar a raiz da causa.
O que a psicologia gosta sempre de lembrar, é que somos seres de subjetividade única. Cada um se relaciona de maneira diferente nos variados âmbitos da sua vida, então até termos um despertar para o entendimento de como o outro chega ao ápice do seu prazer, buscamos balancear a relação em não apenas uma atração física mas colocar doses de erotismo e sedução na vida a dois, três, quatro e quantas pessoas vocês quiserem.
Lembrar que "fuder" é diferente de fazer amor, mas que em algum momento se conectam.
Em um você tem de mostrar habilidade, pegada, força, palavras pesadas, fetiches e vontade. Obviamente. Em palavras informais: dar aquela sentada com vontade.
Enquanto no outro, um desempenho e entendimento de como ás vezes cansamos da vida, da cama e até de nós mesmos, deve ser mostrado. Acolhendo essas fraquezas, enquanto leva um pouco de força. Desejar pegada, mas também saber levar aconchego. Querer sentada com força, só que principalmente, saber sentar ao lado.
E para finalizar esse tema gostoso, deixo um trecho de autoria própria, que me deu inspiração para o artigo.
"(...) Ah! Aquele beijo profundo que transformou as minhas glândulas salivares, em um fluido cósmico de pólvora, iniciando um incêndio ao estourar do primeiro gemido sôfrego. Meu nariz buscou sentir a análise química detalhada do cheiro da sua libidinagem. Ela veio sútil, malandra, com o atrito dos nossos corpos. E quando os nossos olhos se encontraram...Ah! Nossos olhos! Pura conferição da reciprocidade dos desejos que reprimíamos, e aquele fogo que antes buscava de maneira suave se acalentar, incendiou o ambiente trazendo o seu lado asselvajado para o controle, liberando a líbido que reprimi-se em nós cotidianamente. Por fim, nos perdemos no oceano dos nossos ID's, que caberia apenas ao EGO, guardar em memórias fotográficas, o que o SUPEREGO jamais verá"
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